Implante Anel de Ferrara
Ceratocone é uma doença ectásica da córnea, caracterizada por um afinamento progressivo e não inflamatório, de etiologia desconhecida, na qual a córnea assume um formato cônico com a presença de astigmatismo irregular progressivo e deterioração da acuidade visual.
Na tentativa de prevenir ou adiar o transplante de córnea, o implante do Anel de Ferrara (implante de anel intraestromal corneano) tem sido uma opção na correção cirúrgica do ceratocone, uma vez que se trata de procedimento menos invasivo (extra-ocular), reversível e ajustável. Nada impede que se realize o transplante de córnea, caso a cirurgia do anel não alcance o resultado esperado.
O Anel de Ferrara tem sido utilizado, com sucesso, para corrigir doenças da córnea como ceratocone, com o intuito de reduzir a curvatura corneana, reduzir o astigmatismo irregular e melhorar a acuidade visual.
Estudos demonstram que pacientes submetidos a este procedimento (implante de anel de Ferrara) apresentaram rápida melhora da acuidade visual, com início no primeiro dia de pós operatório e se estabilizando em torno de três meses com redução da refração e ceratometria. Pacientes intolerantes a lentes de contato no pré-operatório podem utilizá-las confortavelmente com uma melhor adaptação como conseqüência da melhora da superfície ocular após o implante do anel de Ferrara.
Implante a Laser
Até poucos anos atrás o implante de Anel de Ferrara era realizado apenas com a técnica manual (utilizando-se de instrumentos cirúrgicos metálicos e bisturi para fazer o “túnel” no meio da córnea para implante do anel). Atualmente, com o advento do laser de femtosegundo (Lensx®) realizamos o procedimento com o auxílio do Laser, o que proporcionou melhores resultados, redução dos riscos, recuperação pós operatória mais rápida e melhores níveis de segurança. Com o Laser de femtosegundo, não são utilizados bisturis, e a confecção do “túnel” para implante do anel de Ferrara é realizada a laser, transformando a cirurgia em um procedimento mais seguro e reprodutível.
Perguntas
A cirurgia é reversível?
R:. Sim, caso haja necessidade de remoção dos segmentos de anel a córnea volta ao se estado pré implante de anel.
Como é a anestesia e procedimento cirúrgico?
R:. A cirurgia é realizada sob anestesia tópica e dura em torno de 10 minutos. O procedimento é indolor.
Como é a recuperação visual?
R:. Há certa flutuação da visão nos 3 primeiros meses apos a cirurgia, com estabilização a partir de então.
Quais são as indicações para cirurgia?
R:. Pacientes com ceratocone em evolução e/ou intolerantes a lentes de contato.
O ceratocone estabiliza após o implante do anel?
R:. Na maioria dos casos, sim. Em 15% dos casos pode haver evolução apesar do anel. Os casos que apresentam maior risco de evolução apesar do anel são: 1) Crianças ou pacientes muito jovens; 2) Ceratocone avançado.
A cirurgia tem efeito duradouro?
R:. Estudos recentes, com acompanhamento de pacientes operados há mais de 10 anos mostram que o resultado é duradouro.
Caso necessário o transplante no futuro, o mesmo poderá ser feito?
R:. O anel não impede, caso seja necessário, transplante de córnea no futuro.
Qual é o material do anel?
R:. O anel é feito de PMMA, um acrílico biocompatível, o mesmo utilizado em lentes intraoculares para cirurgia de catarata.
Qual é a incidência de complicações no procedimento?
R:. Muita baixa. Em torno de 3%.
Quando não indicar o anel?
R:. Em ceratocones muito avançados, nestes casos o tratamento ideal é o transplante de córnea. Quanto mais cedo for implantado o anel, melhor é o resultado.
